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Paranormal e Pseudociência em exame
 



AS EVIDÊNCIAS DEMONSTRAM:
O SUDÁRIO DE TURIM É UMA FALSIFICAÇÃO


                                                                               por Kevin Christopher, do CSICOP

No dia 12 de agosto de 2000, em Turim, Itália, o Sudário de Turim foi exposto ao público por um raro período de dois meses. O arcebisto Severino Poletto assegurou aos repórteres que "a Igreja não tem medo da ciência". Ele e outros guardiões do sudário dizem estar abertos ao reexame científico do sudário.

Mas poderá algum teste vir a encerrar a disputa sobre a história do sudário? A maioria dos pesquisadores estão ávidos para testar hipóteses que focalizam apenas um aspecto restrito do sudário. Um promove a evidência dos grãos de pólen, outro questiona a datação por carbono 14, um terceiro procura provas na tecelagem do lençol. Joe Nickell, membro Pesquisador Sênior do Comitê para Investigação Científica de Alegações do Paranormal (CSICOP) ressalta que mesmo os testes definitivos são vulneráveis em disputas partidárias.

Os cientistas insistem em que a datação por carbono 14, de 1988 - realizada em três laboratórios independentes - demonstra de uma vez por todas que o sudário é uma falsificação do século XIV. Contudo, os que anseiam apoiar as alegações para a autenticidade do sudário têm sugerido que bactérias ou queimaduras do incêndio de 1532 podem ter contaminado a amostra.

Nickell acredita que examinando a hegemonia da evidência e demonstrando como cada peça se encaixa na outra conduzem à hipótese mais sólida. Ele empregou este método na sua pesquisa e está convencido de que o sudário é na verdade uma falsificação mevieval. Nickell é autor do livro "Inquest on the Shroud of Turin" (Investigação do Sudário de Turim) lançado em 1998 pela editora Prometeus - um estudo que se apóia na evidência dos próprios documentos da Igreja Católica e no relato do Evangelho de São João, bem como na "forte" evidência científica fornecida por análises químicas, microscópicas e de carbono 14. Para Nickell, as constatações obtidas a partir de documentos e perícias técnicas corroboram umas às outras e apontam para uma resposta. "A hegemonia da evidência", diz Nickell, "leva à conclusão de que o sudário é o trabalho de um artesão medieval."

As referências ao Sudário de Turim começam abruptamente no século XIV D.C. O documento mais antigo é o relato de um bispo ao Papa Clemente VII, datado de 1389. O comunicado afirma que o sudário foi criado como parte de um estratagema de cura pela fé, "sendo a verdade atestada pelo artista que o pintou." Amostras daquilo que era tido como sangue falharam ao serem submetidas a uma bateria de testes em 1973. Ao final da década de 70, o microanalista forense Walter McCrone, um especialista no exame da autenticidade de documentos e pinturas, identificou o "sangue" do sudário como sendo ocre vermelho e tinta à base de têmpera de vermelhão e concluiu que a imagem inteira foi pintada.

Em 1988 a datação do sudário por carbono 14 - conduzida por laboratórios em Zurique, Oxford e Universidade do Arizona - produziram resultados muito próximos, atribuindo-lhe uma data entre 1260 e 1390 D.C. Esta faixa de idade coincide com a confissão do falsificador no relatório enviado ao Papa Clemente. Alegações de que a datação pelo carbono estava errada ignoram o fato de que o sudário teria que estar contaminado com o dobro do seu próprio peso em material contaminado para deslocar a idade do sudário até o primeiro século D.C.

Finalmente, o Sudário de Turim contradiz o relato do sepultamento de Jesus no Evangelho de São João. No Novo Testamento Grego, contam que Jesus foi envolto em faixas de linho (othonia em Grego), e não em um lençol inteiriço de linho (João 19:40 e 20:6-7). João também diz que o corpo de Jesus foi sepultado numa grande quantidade de aloés e mirra: nenhum traço de quaisquer dessas duas especiarias foi achado no sudário.

"Os defensores do sudário tipicamente começam com a conclusão desejada e trabalham retroativamente até à evidência; a ciência começa com a evidência e prossegue em frente até à conclusão," diz Nickell. Juntos, os fatos corroboram uns aos outros rejeitando a alegação de que o sudário data do tempo de Jesus.
 

FONTE:
CSICOP Press Release - Amherst, NY, 23 de agosto de 2000


 


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