O que é Paranormal
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Paranormal e Pseudociência em exame
 


O CAÇADOR DE ENIGMAS DO "FANTÁSTICO"

                                                                               por: Jorge A. B. Soares     

Quando a Globo iniciou a série de TV O Caçador de Enigmas parecia que enfim iríamos assistir a um enorme salto de qualidade na TV brasileira onde teríamos a cada quinzena a desmistificação de uma superstição, um fenômeno paranormal, pseudocientífico ou coisa do gênero. O programa vem dando um Ibope tremendo, não sendo coincidência o fato de ser sempre deixado para o fim do Fantástico, para “segurar” a audiência até o fim do programa.

Agora, após assistirmos a vários programas da série, constatamos a triste realidade: o Padre Quevedo faz um péssimo trabalho de refutação do paranormal e da pseudociência, deixando a coisa pela metade. Contesta um mito com outro, deixando a impressão de que talvez fosse melhor ter deixado tudo como estava antes, pois só está conseguindo aumentar a confusão.

Vou explicar o meu ponto de vista. Quem assiste ao quadro O Caçador de Enigmas já deve ter percebido que a cada novo programa Quevedo refuta frontalmente o fenômeno do dia com base numa explicação científica mas, no final, sempre termina com uma declaração ambígua e elusiva, mais ou menos assim: “ ... o fenômeno que acabamos de analisar é uma fraude, mas existem fenômenos similares autênticos, que a Parapsicologia comprovou serem verdadeiros; porém esses fenômenos reais são sempre esporádicos, imprevisíveis e surgem geralmente quando o subconsciente está sob tensão, etc. etc ....”

É, como diz o ditado popular o roto falando do rasgado, é refutar um mito com outro mito apenas um pouco mais “científico”. Pois para o parapsicólogo Padre Oscar González Quevedo, autor de vários livros e diretor de um instituto de pesquisas parapsicológicas (CLAP), sua Parapsicologia com forte componente teológico admite sem restrições a telepatia, a telecinesia, a clarividência, a precognição e outros fenômenos ainda mais estranhos como telergia, aportes, levitação e milagres.

Por outro lado, meus caros amigos, em nome da boa Ciência com “C” maiúsculo vos digo que a Parapsicologia afundou, está desacreditada, sob contestação e com seu futuro seriamente comprometido.

Após 120 anos de pesquisa científica do paranormal iniciada em 1882 em Londres pela Society for Psychical Research, nenhum fenômeno parapsicológico foi plenamente aceito até hoje pela comunidade científica mundial chegando ao ponto em que a Fundação Randi nos EUA dá-se ao luxo de oferecer um prêmio de 1.000.000 de dólares a quem conseguir demonstrar qualquer tipo de fenômeno parapsicológico. Esse prêmio existe há um bom número de anos e até hoje ninguém apareceu lá para se habilitar a recebê-lo.

O melhor depoimento que conheço sobre o fracasso da Parapsicologia é o livro In Search of the Light: The Adventures of a Parapsychologist, escrito pela eminente doutora em parapsicologia (PhD) Susan Blackmore, onde ela relata sua saga em busca da verdade sobre os fenômenos paranormais e sua desilusão final com esse ramo experimental da Psicologia.

Se você esperava alguma reação da mídia a essa interpretação distorcida do paranormal vai se decepcionar pois estamos vivendo um período histórico que prima pela adoração do misterioso, estranho e mágico, onde a ciência é vista como um sistema suspeito, autoritário, exigente, chato, complicado e incapaz de lidar com esses fenômenos que parecem violar as leis do espaço-tempo e com as tais "vibrações" e "forças magnéticas" do sobrenatural.

Bem amigo, por ora até que as coisas mudem (e parece que vai demorar um bom tempo...), ainda podemos nos divertir um pouco a cada quinzena com as abobrinhas e batatadas apregoadas quinzenalmente pelo Caçador de Enigmas sob o rótulo de "Parapsicologia".

 


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