O que é Paranormal
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Paranormal e Pseudociência em exame
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Psicocinesia e
telecinesia
por Jorge A. B. Soares
Psicocinesia, telecinesia ou
PK é uma faculdade extra-sensorial na qual a mente atua diretamente sobre
a matéria através de meios invisíveis, sem contato físico. Dito em forma
mais sucinta, PK é a interação mental direta com objetos físicos,
animados ou inanimados. O termo psicocinesia é derivado das palavras
gregas “psyché” (alma) e “kinein” (mover).
Exemplos básicos de PK
são: movimentação de objetos, deformação de metais e interferência no
resultado de eventos. Alguns diferenciam a psicocinesia da telecinesia,
onde telecinesia implicaria em deslocamento e movimentação de objetos,
enquanto a psicocinesia se referiria a efeitos sobre organismos, mas sem
deslocamento ou movimento. No primeiro caso, teríamos um copo que se
movimenta. No segundo caso, teríamos uma "cura" ou uma planta que
murcha. Ambos os fenômenos, contudo, decorrem da ação da mente sobre a
matéria.
Ocorrências de PK vêm sendo registradas desde a
antiguidade e incluem levitações, curas miraculosas, luminosidades,
aportes e outros fenômenos físicos atribuídos a santos e magos em todo o
mundo antigo.
Manifestações de PK são relatadas no espiritismo
que surgiu em meados do século 19 na forma de materializações e
desmaterializações, aportes, levitações e tiptologia (ruídos, pancadas,
batidas). Ao médium Daniel Douglas Holmes, atribuiu-se o poder de
levitar e segurar carvões em brasa nas suas mãos, sem sofrer
queimaduras. Nessa mesma época havia relatos míticos de “pessoas
elétricas” que atraiam facas e garfos que grudavam à sua pele, e que
com um leve toque podiam mandar um móvel voando através de um
quarto.
Já no século 20, a partir da década de 1930, o interesse
em PK cresceu aceleradamente até tornar-se um das áreas de pesquisa
parapsicológica de crescimento mais rápido, principalmente nos EUA e
Rússia.
O parapsicólogo norte-americano Joseph Banks Rhine da
Duke University na Carolina do Norte, iniciou a condução de experimentos
de PK em 1934 com um jogador paranormal que alegava ser capaz de
influenciar o lançamento de dados, forçando o sorteio de determinados
números ou combinações numéricas. Os primeiros resultados experimentais
mostraram resultados muito além das probabilidades do mero acaso, porém
dados posteriores produziram resultados desiguais, e nunca foram
repetidos por outros pesquisadores.
As pesquisas de Rhine
marcaram o começo de uma nova era em experimentação de PK. Antes de
1940, a maioria das observações de PK ocorriam através de médiuns em
sessões espíritas conduzidas em salas escuras. Era difícil estabelecer
controles científicos nesses ambientes e houve inúmeras comprovações de
fraudes. O mágico Harry Houdini destacou-se como o mais famoso
desmascarador de médiuns fraudulentos.
Posteriormente a Rhine, a
experimentação em PK abriu-se em duas vertentes: macro-PK ou eventos
observáveis, e micro-PK de efeitos fracos e leves, não observáveis a olho
nu, e requerendo avaliação estatística. À medida em que os experimentos
de macro-PK foram sendo contestados (devido a procedimentos
desleixados, falhas metodológicas, problemas de análise estatística,
distorção de dados, irrepetibilidade e fraudes), maior ênfase foi
sendo deslocada para a micro-PK.
Lá pelo fim da década de 1960 um
novo método para testar micro-PK foi desenvolvido pelo físico
norte-americano Helmut Schmidt. Seu aparelho gerador de números
aleatórios operava com base no decaimento de partículas radioativas,
totalmente ao acaso, sem interferência de temperatura, pressão,
eletricidade, magnetismo ou reações químicas. Nos experimentos, um
paranormal era solicitado a utilizar sua energia mental para influenciar
os resultados de modo a obter caras ou coroas, que eram comparadas com
lâmpadas no aparelho que acendiam numa direção ou noutra. Alguns
paranormais submetidos a teste pareciam influenciar com sucesso o
sorteio das moedas. Esse aparelho concebido por Schmidt tornou-se o
protótipo dos modernos geradores de números aleatórios e técnicas
computadorizadas que desde então vêm desempenhando um papel importante
na pesquisa de PK.
Entre as mais notáveis demonstrações de
macro-PK ressalta o atualmente denominado “Efeito Geller”. Foi no
decorrer da década de 1960 que o paranormal israelense Uri Geller
assombrou milhões de telespectadores ao redor do mundo com seus efeitos
de entortamento de chaves, colheres e garfos. Porém Geller não foi capaz
de duplicar seus feitos extraordinários em condições de laboratório,
quando submetido a experimentos científicos rigidamente controlados.
Críticos, principalmente ilusionistas profissionais (Randi e outros),
afirmam que Geller usava truques de ilusionismo comprovados através de
observação visual e gravação em videoteipe.
Em 1968, os russos revelaram
ao mundo sua mais famosa paranormal de PK: uma dona de casa de
Leningrado, Nina Kulagina, nascida em meados da década de 1920,
demonstrou suas habilidades a cientistas ocidentais que observaram os
movimentos de objetos dos mais diversos tipos e tamanhos e impressão de
imagens em filme fotográfico. Ela também exercia efeito PK sobre o
coração de uma rã, retirado do corpo do animal. Kulagina foi também
fotografada aparentemente levitando objetos.
Quanto às condições
sob as quais Nina Kulagina operava, estavam longe do mínimo aceitável em
termos de controles científicos básicos. Testes eram freqüentemente
realizadas em sua casa ou em quartos de hotel e nunca nenhum controle
rígido lhe foi aplicado devido ao fato de que uma demonstração sua
poderia requerer várias horas de concentração prévia, e mesmo assim não
havia nenhuma garantia de sucesso. Infelizmente, nenhum especialista em
prestidigitação esteve presente às demonstrações de
Kulagina.
Outros tipos de PK têm sido estudados mas são vistos
com grande ceticismo. Um desses tipos é a atividade “poltergeist” onde
fatos extraordinários acontecem: móveis se movendo, portas se
abrindo, luzes piscando, objetos voando, etc. Praticamente todos os
casos de “poltergeist” quando investigados seriamente e em profundidade
revelaram-se produtos de simulação e fraude onde os fenômenos
extraordinários são provocados geralmente por uma criança ou adolescente
com distúrbios psicológicos, querendo chamar a atenção sobre sua pessoa.
Há testemunhos visuais e provas em fotografia e vídeo documentando essas
fraudes.
Um outro tipo de atividade tida como PK está associada à
morte, perigo iminente ou crise emocional. Em tais incidentes as pessoas
relatam a queda de quadros afixados nas paredes, relógios que param
subitamente, relógios parados que voltam a funcionar e estilhaçamento de
copos. As pessoas atribuem esses incidentes à morte de um parente ou
amigo íntimo ou alguma crise emocional severa.
A pesquisa de PK
está sendo conduzida atualmente nas áreas de meditação e outros estados
de consciência alterada. Experimentos estão também sendo conduzidos para
determinar a existência de PK retroativa, ou “retro-PK” na qual um
paranormal tenta influenciar um evento, como por exemplo uma seqüência
de números produzida por um gerador de números aleatórios, já depois que
o evento aconteceu.
Embora PK não seja aceita pela comunidade
científica em geral, muitos parapsicólogos acreditam que sua existência
já foi comprovada em experimentos científicos bem controlados. Mas até
este ponto, a Parapsicologia ainda não conseguiu atingir seu objetivo
fundamental que é o de estabelecer as relações entre as faculdades paranormais e as
outras faculdades da mente. Outra grande limitação da Parapsicologia é a
ausência de uma teoria satisfatória e abrangente para os fenômenos
paranormais.
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