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Paranormal e Pseudociência em exame
 


UM CÉTICO OBSTINADO APRESENTA ESTIGMAS

                                                                                                   por Kevin Christopher



Joe Nickell, membro pesquisador sênior do Comitê de Investigação Científica de Alegações do Paranormal (CSICOP) declara que ele próprio apresentou estigmas durante sua pesquisa sobre essas chagas milagrosas, quando se preparava para participar de um programa na TV. Ele dá uma explicação não-milagrosa na sua coluna “Investigative Files”, na edição de Julho/Agosto 2000 da revista Skeptical Inquirer.

Houve uma recente recrudescência da cobertura da mídia e do interesse no aparecimento miraculoso dessas chagas em crentes, imitando as chagas da Paixão de Jesus. Cinema e eventos na televisão incluem o filme “Estigma” (1999) e a parte principal do documentário da Fox TV intitulado “Sinais de Deus” (Julho 28, 1999). No ano passado, a Igreja Católica Apostólica Romana beatificou o famoso estigmatizado italiano Padre Pio.

O primeiro estigmatizado de que se tem notícia foi o santo medieval italiano São Francisco de Assis. Após quarenta dias de jejum e oração no Monte Averno em 1224, São Francisco teve uma visão de Cristo e em seguida cinco chagas lhe apareceram no corpo nos quatro pontos correspondentes aos ferimentos da crucifixação e uma quinta chaga no lado do seu corpo representando o golpe de lança de um soldado romano registrado nos Evangelhos. Desde então, estigmas vem aparecendo em fiéis especiais.

Os céticos (e alguns crentes) têm questionado as alegações de estigmas, e Joe Nickell observa que a longa história dos estigmas registra diversos casos de fraude. Em 1543, durante uma grave doença que quase lhe tirou a vida, a estigmatizada Magdalena de la Cruz confessou que os seus estigmas tinham sido deliberadamente falsificados. Em outro caso, Maria de la Visitacion – “A Santa Freira de Lisboa” – foi descoberta por uma Irmã pintando falsas chagas nas suas mãos. Joe Nickell diz que, “A pesar de inicialmente defendida pelos médicos, em 1587 ela foi submetida à Inquisição onde suas chagas foram esfregadas e o corante removido revelando ‘pele imaculada por baixo.’”

Os céticos não necessariamente consideram todos os casos de estigmatização como fraudes, porém são unânimes em atribuir causas naturais a esses ferimentos, nunca tidos como milagrosos. Joe Nickell, solicitado a comparecer a um programa de TV sobre a estigmatizada Katya Rivas, decidiu testar se poderia reproduzir estigmas convincentes em si mesmo antes de ir ao programa. Observando a natureza típica dos ferimentos estigmatizantes no caso de Rivas e outros, ele descobriu que poderia reproduzir estigmas de tamanho considerável fazendo cortes muito pequenos no dorso das mãos. Esses cortes eram tão pequenos que podiam ser facilmente encobertos com uma loção cosmética e saravam muito rápidamente, sendo portanto consistentes com o fato de que todas as chagas de estigmatizados examinadas até hoje pelos médicos foram superficiais.

Nickell conclui dizendo: - “Minha observação do vídeo da pretensa estigmatização de Katya Rivas e os experimentos simples que eu realizei, me convenceram de que não somente os estigmas dela não poderiam ser autenticados, mas que, tal como nos casos similares acontecidos ao longo da história, eles não podem ser distinguidos de um piedoso embuste.”


* Traduzido por Jorge A. B. Soares

 


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