O que é Paranormal
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Paranormal e Pseudociência em exame
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O ET não aprendeu
a telefonar
por
Ricardo Bonalume Neto
Se você consegue conter o
riso mesmo diante da piada mais engraçada, eu recomendo
assistir a uma palestra de algum "ufólogo".
Melhor ainda, participar de um congresso desses sujeitos.
É de morrer de rir ver como essa turma enxerga discos
voadores, ou "sondas ufológicas", em qualquer
objeto brilhante no céu.
Vamos deixar de lado os
aviões e helicópteros, que voam em altitudes baixas.
Mesmo de noite, só um sujeito muito chapado para achar
que um Boeing-737abriga homenzinhos verdes. Existem cerca
de 8.000 objetos circulando em torno da Terra. Apenas uma
parte é útil ou já o foi algum dia - os 2.500
satélites artificiais em operação ou já desativados.
O resto inclui pedaços de
foguetes de vários tipos, aquilo que se costuma chamar
de lixo espacial. A olho nu ou usando binóculos ou
telescópios de pouco alcance, é possível ver algum
desses objetos em órbita a algumas centenas de
quilômetros de altitude. Quando o Sol se reflete em
algum deles, alguém pode até imaginar que seja uma
estrela cadente - ou quem sabe um disco voador.
Se você quiser saber se
aquilo que passou sobre sua cabeça é um satélite, a
agência espacial americana Nasa tem um site bem útil,
onde você pode acompanhar a trajetória desses objetos.
Os maníacos por UFOs acham que a Terra está o tempo
todo sendo visitada por ETs e que a verdade costuma ser
escondida por conspirações de governos que não querem
que os povos tenham contato com essas civilizações
extraterrestres, sabe-se lá por quê. O fato
irrespondível pelos amalucados é que até hoje não
houve nenhuma evidência clara de contato com
alienígenas, apesar da histeria em torno das chamadas
"abduções". Já comentei o tema - que não
deixa de ser um caso de saúde pública - em coluna
anterior. Mas apesar dos doidos, o tema tem seu lado
sério.
Quando a Igreja Católica
nos dizia que a Terra era o centro do universo, nem se
cogitava em pensar que existiriam civilizações
extraterrestres. Caso contrário, estariam relatadas na
Bíblia. O progresso do conhecimento científico tornou a
Terra cada vez mais insignificante: um pequeno planeta em
torno de uma pequena estrela em uma pequena galáxia...
Com isso se passou a
pensar seriamente na possibilidade de haver vida em outra
parte do universo. E, quem sabe, existiriam
civilizações tão ou mais sofisticadas que a terrestre.
Se existem trilhões de estrelas, devem existir bilhões
de planetas, alguns milhões dos quais com vida, alguns
milhares com vida inteligente e assim por diante. Sem
dúvida, haveria civilizações sofisticadas capazes de
viagens intergalácticas e de colonizar outros sistemas
solares. E cadê esse pessoal?
Um interessantíssimo
artigo sobre essa possibilidade está na edição de
julho da revista de divulgação de ciência
"Scientific American". O astrônomo Ian
Crawford analisa as principais variáveis envolvidas na
questão, resumida no chamado "paradoxo de
Fermi". O físico italiano Enrico Fermi, famoso por
seu papel na produção da bomba atômica, se pergunta
justamente isso: se os ETs são comuns, onde estão?
OK, os
"ufólogos" respondem que eles já estão entre
nós. Obviamente essa não é uma resposta satisfatória
para o resto da humanidade que nunca foi abduzido e fez
sexo a bordo de um disco voador (é fascinante o número
de "depoimentos" de raptos por ETs que envolvem
alguma forma de relação sexual).
Por enquanto, eu fico com
a conclusão do físico Brandon Carter, citado por
Crawford: "civilizações comparáveis com a nossa
parecem ser incrivelmente raras, mesmo que locais tão
favoráveis como o nosso sejam de ocorrência comum na
galáxia". Com a exceção do filme do Spielberg, os
ETs ainda não sabem "phone home".
E-mail: bonalume@uol.com.br
Publicado
originalmente na Revista da Folha, coluna do
Cético, em 30/07/2000 |
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